Vou de Pelé, para abrir meu post de número 100.
E pode ser até comemorativo porque, tecnicamente, o Rio “deu um passo firme hoje”, como reportou o Gamesbids.com (aqui, em inglês). As notícias, de resto, dão conta de uma apresentação tecnicamente e emocionalmente correta, durante a Assembléia da Associação dos Comitês Nacionais Africanos, realizados ontem e hoje, em Abuja, capital da Nigéria.
O encontro da equipe brasileira com as crianças de ontem, na Embaixada do Brasil, virou vídeo de fundo, quando da fala de Pelé, que assinou as bolas levadas pelo Co-Rio para os pequenos nigerianos.
Pelé falou de futebol, por muito tempo, mas quis o tempo todo levantar a auto-estima africana, dizendo de como o continente pode até chegar a final de uma Copa. Era a arma emocional que faltava para encorpar o discurso de uma América do Sul relegada pelo Movimento Olímpico. Do apelo para a afinidade, porque a África também não está no mapa dos Jogos.
Na África, a palavra de ordem do Co-Rio e da proclamada “vez dos pobres”, ecoada pelo presidente Lula, simultaneamente, na França (aqui, no despacho da AFP), só poderiam ganhar a simpatia.
É, ao menos, o que se espera, porque se falou muito pouco até agora da reação da platéia de cerca de 200 representantes de comitês olímpicos africanos. Também não se sabe qual o número de votantes presentes. A África tem 16 membros no COI.
Sabe-se que houve descontração, com as falas de Pelé, e o Co-Rio, em seu site, assinala que foi uma apresentação “com louvor” (aqui tem muito do que foi dito pelos brasileiros).
O fala bem ensaiada do presidente do Co-Rio, Carlos Nuzman, abrangeu a proximidade entre africanos e brasileiros e como deve ser a ação mútua.
“Temos uma herança e costumes em comum que se refletem na cultura, na música, na culinária e, claro, no esporte. Temos o sonho de levar os Jogos Olímpicos pela primeira vez para a América do Sul, abrindo as portas para outro novo continente. A chama olímpica é mais brilhante quando une pessoas e marca novos capítulos na história. Neste século XXI, o Movimento Olímpico deve abraçar novos esportes, novas tecnologias e novas pessoas”, disse Carlos Arthur Nuzman, que discursou em inglês e francês.