Arquivo do mês: julho 2009

Candidatura de Estado

O Form 990 é um documento a ser preenchido pelas entidades sem fins lucrativos, nos Estados Unidos. É o maior controle de doações da rigorosa receita do país mais rico do mundo. O Comitê Organizador de Chicago 2016 ainda não apresentou o seu relatório de 2008 e joga nuvens sobre os números da campanha favorita na disputa pelos Jogos Olímpicos.

O Chicago Tribune (aqui, em inglês) ouviu um dos 50 vereadores da cidade que expôs uma temeridade que só tem aumentado, nos dias que precedem a eleição de 2 de outubro. Na mesma reportagem, o representante do Comitê de Chicago falou que não havia qualquer problema e que requereram “mais tempo [à Receita-IRS] porque outras coisas precisavam ser feitas até o fim de agosto”.

Mas acontece que o Comitê pede uma prorrogação até meados de novembro, um mês e meio depois das eleições de Copenhague, quando qualquer declaração à Receita norte-americana, não trará prejuízo à campanha dos Estados Unidos.

O vereador do primeiro distrito de Chicago, Manny Flores, ficou desconfiado. “Eu reconheço que o Comitê 2016 está envolvido em sua candidatura, porém isso levanta questões sérias,” disse. Esse representante quer aprovar no Conselho Municipal (a câmara de vereadores deles) um dispositivo que limita os gastos do Município em 500 milhões de dólares, a única despesa assumida oficialmente por Chicago, até agora. “Se somos sérios sobre a proposição dos Jogos, nós precisamos nos manter responsáveis. [O formulário 990] é um requerimento de padrão básico,” disse o vereador, estranhando o porquê do suspense.

Mas o Comitê norte-americano trabalha nesse momento para fechar uma equação que parece simples para os brasileiros, acostumados com o parternalismo do estado (que pode ser conveniente para nossas autoridades). Lá é mesmo diferente, embora nesse momento a gestão do COI esteja muito mais próxima aos ditames estatais. O apoio governamental tem um peso cada vez mais fundamental, nessa escolha. É aqui, nas garantias de estado – e na força da TV, também, que se decide a eleição das sedes olímpicas.

Justamente os dois últimos vacilos de Chicago. New York, que ainda tinha a TV a seu favor – sendo que a NBC fechou contrato com o COI em 2004, um ano antes da escolha da sede de 2012, caiu sem chegar à disputa final, pela sentida ausência de Bush – ao contrário de Blair e seu levante pró-Londres.

A coisa é tão séria, no quesito promiscuidade entre o movimento olímpico e o poder público, que, em um encontro hoje, entre os organizadores de Madri e o presidente da Espanha, José Zapatero, ficou sacramentado o papel do governo na proposta madrilenha que, nas palavras do prefeito Gallardón, é uma “candidatura de estado” (aqui, em espanhol).

O coro ensaiado na reunião com Zapatero definiu que a máxima de Madri, seria o completo apoio do Estado e ficou definido, assim, que a aposta brasileira será mesmo a pauta principal até 2 de outubro.

Se for assim, Obama não pode fazer muito, segundo uma aposta antiga dos organizadores do Comitê de Madri que até preveem a presença do presidente dos EUA, em Copenhague. Os espanhóis avaliam que o poderoso líder norte-americano não terá cartas na manga, na dependência de aprovações do Congresso norte-americano, ainda segundo Samaranch Jr., o único votante espanhol do COI, em claro momento de desdém.

Obama não teria o que mostrar? Se a resposta for negativa, esse sim seria o pior cenário para Chicago.

Mas, um fator, o Comitê dos norte-americanos tem administrado com um sucesso inconteste: como favorita, Chicago tem levado tiros de todos os lados e sobrevive nas cabeças, apesar disso. É a melhor gestão de crise até aqui. Socorrem daqui e dalí e podem chegar em outubro com arranhões, quando, em outro alvo, já seria o decreto de morte (imagem o Rio bombardeado assim…).

Aliás, o Rio deve evitar qualquer sinal de oba-oba (deixem o papel de torcida para as comunidades e fóruns da internet, sendo que os brasileiros já dominaram todos, o que inclui o GamesBids).

Nesta semana, a coluna Gente Boa, do Globo, publicou nota revelando que o governador do Rio, Sérgio Cabral, determinou para sua secretária de Cultura que definisse seis pontos da cidade onde seria comemorado o resultado de 2 de outubro. É óbvio que o governo tem que preparar o terreno para manifestações populares (preparar a segurança, acima de tudo), mas a antecipação fez o jornal carioca interpretar a ação de outra forma.

E o Globo pipoca o bom momento do Co-Rio (sendo que a Folha já havia feito o mesmo), no momento que o The New York Times desanca com as contas de Chicago – algo que já devia ter comentado no início desta semana (e a reportagem está aqui, em português).

O maior dos jornais americanos vê crescer o movimento contrário aos gastos da cidade com a campanha pelos Jogos. O site No Games é citado e faz mesmo muito barulho e o TNYT cita ainda a reprovação dos chicagoans. 75% são contra o uso do dinheiro público, segundo enquete do Chicago Tribune, reproduzida nessa outra reportagem.

Pelas ruas de Roma

Fachada da Embaixada do Brasil, em Roma. Lobby nas ruelas históricas

Fachada da Embaixada do Brasil, em Roma. Lobby nas ruelas históricas

O PAC Olímpiada é quase conhecido: toda sorte da política externa brasileira está sendo usada para que o Rio faça bonito em 2 de outubro. O Itamaraty tem canalizado todas sua diplomacia nesse sentido. As embaixadas pelo mundo viraram QG do comitê organizador brasileiro.

Em Roma, onde acontece o Mundial dos Esportes Aquáticos, a Embaixada do Brasil recebeu, no último sábado, o novo presidente da Federação Internacional de Natação (Fina), o uruguaio Julio Maglione, além do ex-presidente da mesma entidade, o argelino Mustapha Larfaoui, ambos membros do COI, eleitores do próximo dia 2 de outubro.

Como o lobby é proibido, nesse processo de escolha da sede dos Jogos de 2016, o artifício foi pedir para que o presidente da Confederação Sul-Americana de Natação (Consanat), o brasileiro Coaracy Nunes – eterno presidente da CBDA, fizesse o convite. Para todos os efeitos, o encontro da embaixada brasileira serviu a uma comemoração de Coaracy e Maglione.

O uruguaio foi eleito na última sexta-feira para um mandato de quatro anos, tendo sido candidato único, após desistência do ex-presidente, que tentava a reeleição. Maglione havia conseguido grande número de adesões e Larfaoui resolveu retirar sua candidatura.

O Momento em Roma é francamente favorável ao Rio, embora todas as quatro candidatura estejam praticando lobby pelas ruelas históricas da capital italiana. Maglione é muito próximo a Coaracy, sendo que o uruguai presidiu a Consanat e hoje é um presidente honorário da entidade.

O sul-americano desbancou o argelino que permanecia por 21 anos na Presidência da Fina. E nem precisa dizer da importância da entidade máxima dos esportes aquáticos para os quadros do COI. O próprio presidente Jacques Rogge estava circulando por Roma, nos últimos dias.

Coaracy também compõe o chamado bureau da Fina, com 22 integrantes que decidem o destino da modalidade. Com poder de voto, na eleição da entidade, são mais de 200 países integrantes da Federação e deu América do Sul.

Mais que isso, no encontro da embaixada, no sábado, participaram toda a cúpula do Co-Rio que está em Roma, com Nuzman à frente. As articulações brasileiras se provam eficazes e o próximo passo, em agosto, é o Mundial de Atletismo, em Berlim, onde estará reunida a cúpula do COI, em reunião da Executiva da entidade.

Em Berlim, também acontece o Congresso bienal da IAAF, entidade máxima do atletismo. Todos irão. O prefeito de Madri, Gallardón, não irá participar dos festejos da santa padroeira de sua cidade, por conta dessa viagem. O governador do Rio, Sérgio Cabral, também está confirmado, dentre outras autoridades, como o prefeito de Chicago.

Linguagem de cartolas

Pelé e Havelange juntos?

Pelé e Havelange juntos?

João Havelange presidiu a Fifa – entidade máxima do futebol – por 24 anos e usou da experiência comprovada com título de dirigente do século (recebido em 1999) para conceder uma dura declaração à coluna Gente Boa, no Globo de hoje. Desconsiderando a capacidade de seu ex-genro, Ricardo Teixeira, que preside o comitê gestor do Mundial de Futebol de 2014, disparou: “O dinheiro acabou. Todos os que se apresentaram como construtores para fazer estádios no Brasil para a Copa, já tiraram o time de campo. Não haverá estádios novos, mas apenas reformados. O BNDES não vai liberar verba para a construção”. O ex-prefeito do Rio, César Maia, replicou, em seu blog/mailing e o bochicho só vai crescendo.

É a bomba do dia, no mercado do esporte, para além das negociações do período de janela aberta do futebol europeu. Havelange mostra uma dura realidade e, se verdadeira, veremos, nos próximos dias, um Teixeira cabisbaixo nas ante-salas dos gabinetes de Brasília, com pires na mão e com o orgulho ferido.

Ricardo Teixeira tem dado de ombros pra grande parte dos políticos, até então, dizendo que a Copa não verá dinheiro público, na construção dos estádios (aqui, no UOL, mais sobre a questão de gastos públicos). Muitos governadores e prefeitos já desmentiram e prevêem os gastos no orçamento dos próximos anos, chorando a sangria inesperada.

E justo Havelange, pra dizer tal bomba!

 

Como se sabe, o carioca João Havelange é o membro decano da COI – com mais tempo no quadro de votante. Tem um histórico que, seguramente, moldou a anedótica, porém inatingível esfera da cartolagem. Um golpe desse, na candidatura do Rio para os Jogos de 2016, e tudo estaria perdido para os brasileiros, na eleição de 2 de outubro.

Mas o dirigente do século (ao lado de Juan Antonio Saramanch e Pierre de Coubertin), que completará 100 anos exatamente em 2016, carrega a bandeira do Rio como um último ato e, por enquanto, é das forças motoras da campanha brasileira, talvez a mais influente, num universo onde a linguagem da cartolagem só é entendida pelos seus pares.

O Michel Castellar, do Lance!, revelou (aqui) que Havelange escreveu e está remetendo cerca de 100 cartas para cada um dos membros do COI, com mensagens personalizadas e pedidos que denotam as relações pessoais do ex-dirigente. O cartola mor tem cobrado os favores concedidos no período em que mandou no futebol e enriqueceu muita gente.

Da lista de Havelange, impossível de ser mensurável, se conhece algumas afinidades, como na sua proximidade com o presidente da FIFA, Joseph Blatter, e com o ex-presidente do COI, Juan Antonio Samaranch (estendida ao filho desse espanhol, votante, em caso de derrota de Madri, nos primeiros “turnos” da votação de Copenhague).

Havelange elegeu Blatter, contra tudo e todos, em 1998. Deixou a Presidência da FIFA, tendo criado um complexo de entretenimento que não valia nada, quando de sua primeira eleição, em 1974. O esporte era deficitário e passou a movimentar cerca de 250 bilhões de dólares por ano, na data de sua saída. Foi uma história de sucesso, para além das verdades dos detratores.

O sueco Lennart Johansson, então presidente da Uefa, era favoritíssimo ao cargo máximo do futebol, no fim dos 90. Tanto que Havelange teria desistido de concorrer a mais um pleito, com medo da derrota. Mas, contra essa suposição, o brasileiro foi ao ataque e fez Blatter seu sucessor. E o fez sozinho praticamente sozinho.

Veja bem: com votação entre cartolas do mundo inteiro, ganhou a confiança dos africanos, arrematou todos os votos das Américas e até da blindada zona européia, sob controle de Johansson. A eleição era fechada, mas reportagens da época apuraram as artimanhas de Havelange, que conseguiu ainda uma aproximação com Michel Platini, que seria uma espécie de embaixador da campanha de Blatter.

O ex-jogadorzaço francês era uma resposta ao cabo eleitoral de Johansson, um senhor chamado Pelé, no período de maior confronto entre Havelange e o maior jogador brasileiro de todos os tempos. O cartola venceu e o rei do futebol ainda amargou sua maior saia justa, durante o périplo da escolha do presidente da FIFA. Chamou Platini, na ocasião, de perdedor e recebeu uma resposta tão polida, quanto esmagadora: “É uma honra saber que o maior jogador da história conhece meu nome”, respondeu o francês, com elegância.

Na escolha de Blatter, uma sequência de escândalos, como se vê no livro “Cartão Vermelho”, de Andrew Jennings. Esse jornalista inglês conta que até hoje o brasileiro carrega uma carta de crédito ilimitado, patrocinado pela FIFA, muito por conta dos serviços prestados não à entidade, mas aos homens que hoje a dirige. Há suspeitas de toda ordem que inclui a participação do marketing. Pois a montanha de dinheiro erguida na gestão do brasileiro, foi repartida ali mesmo, no entendimento de Jennings. Havelange, nesse livro, se perpetuou com a ajuda de graúdos da indústria do esporte, como o ex-dono da Adidas, Horst Dassler.

O alemão morreu em 1987, mas teria preparado o terreno para o mais longo e promíscuo relacionamento de mercado entre cartolas e empresários. Para além disso, essa história de marketing esportivo teria nascido aqui, como conta o livro “Invasão de Campo” (Ed. Zahar, 362 págs.), de Barbara Smit, que traça a história dos irmãos criadores das marcas Adidas e Puma, rivais eternos. Horst Dassler é filho do criador da primeira, Adolph (o Adi que deu origem ao conhecido nome), que elevou a marca das três listrinhas ao patamar que conhecemos hoje.

Pois Horst Dassler é o símbolo maior da relação desses cartolas todos com o “movimento olímpico” que não conhecemos. Ele foi criador da ISL, uma das principais agências de marketing esportivo do mundo, que faliu em 2002, muito depois da morte de seu empreendedor, envolvida numa rede de escândalos com apuração policial que ainda não terminou.

Horst Dassler, como se sabe, elegeu Havelange em 74, com a promessa de injeção de recursos na FIFA, e também moldou a nova ordem do COI, tendo eleito Juan Samaranch, em 1980. O dono da Adidas e Havelange, se sabe hoje, impulsionaram o COI que vemos com a força de principado, a partir da eleição do espanhol.

Daí, constatar, sem surpresa, as “amizades dentro do COI” declaradas pelo dirigente do século, pelo ex-sogro de Ricardo Teixeira (dizem que ficou mágoa, mas Havelange poupa o presidente da CBF de críticas), pelo decano que pode não votar, no próximo 2 de outubro – caso o Rio chegue à disputa final pela sede de 2016.

Os bastidores de uma eleição como essa – secreta e repleta de gente de culturas tão distintas, quase todas movidas por dinheiro e poder, não serão completamente dissecados pela mídia, mesmo com a aproximação do pleito. Podem surgir em polêmicos livros não-autorizados, nas próximas décadas, sem a voz oficial que prefere o silêncio.

Havelange tem feito tudo dentro dessa regra do silêncio, falando a língua da cartolagem que ele conhece tão bem e (incrível!), num movimento contínuo ao lado de gente impensável, em décadas anteriores, como seu maior desafeto, o rei Pelé.

Cada eleição é mesmo diferente.

Nota curtíssima

Após pesquisa exaustiva, continuo perdido, em relação à nota publicada na coluna Painel FC, do caderno Esporte, da Folha de S.Paulo, no último sábado. Eis a informação, na íntegra:

De fora. Membros de comitês olímpicos nacionais, em Madri, elogiaram apresentações da Rio-16. Disseram que o Brasil “está forte”.

Assim mesmo. Sendo que não é possível saber de tal encontro, nem mesmo nos jornais espanhóis. O que se sabe é que ocorreu, na vizinha Portugal, os Jogos Lusofonia. Durante a Assembleia Geral da Associação dos Comité Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa (ACOLOP), evento paralelo aos Jogos Lusofonia, foi aprovado um voto de apoio à candidatura da cidade brasileira do Rio de Janeiro, à organização dos Jogos Olímpicos de 2016 (a nota da assembleia, aqui, no site oficial do comitê português).

Os países-membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Índia, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Sri Lanka e Timor-Leste.

COI x USOC: com calculadora na mão

O site Sportsbusiness Journal (aqui) publica o orçamento do COI e joga luz sobre as razões da fúria dos executivos da entidade sobre as intenções do Comitê Olímpico dos Estados Unidos (Usoc). Os números que alavacam os lucros, reproduzidos abaixo, justificam o embate, segundo um dos principais especialistas em jogos olímpicos, Philip Hersh, do Los Angeles Times.

No seu blog (aqui), Hersh aponta as sobras orçamentárias, só possíveis graças aos desembolsos da NBC, correspondente a 51% da receita de direitos de transmissão, em 2008. O resultado fiscal do ano passado é, portanto, de US$ 383 milhões, no azul, ante os US$ 228 milhões de lucro, em 2004.

A NBC desembolsou US$ 894 milhões somente em 2008. Qualquer redução nesses repasses pode representar um risco orçamentário para o COI, que tem tentado, inclusive, revisar as cotas dos comitês nacionais, que são listadas abaixo como doações. O Usoc recebeu “apenas” 138 milhões de doláres, em 2008, e não é difícil imaginar que os norte-americanos acreditam que podem fazer muito mais dinheiro com um canal próprio de TV.

O Usoc recebe cerca de 4 milhões de doláres de seus patrocinadores fixos, que eram 17 antes da crise. Com a queda de publicidade e o COI ameaçando com mais cortes, o comitê americano viu a necessidade de uma reação. Com o canal, o Usoc vende a ideia de expor os patrocinadores todas os dias do ano e não só em períodos sazonais.

Na ponta do lápis, não se sabe qual a melhor solução para o problema. O COI ficaria com o prejuízo, já que a NBC não pagaria tanto, se perder a exclusividade? Qual a melhor equação para o impasse? Com Chicago derrotado, a situação estaria resolvida? Pode ser que não. O Usoc continuará pressionando, seja qual for a sede.

No site da Comcast (aqui), parceira do Usoc, na implantação do novo canal, foi divulgado o acordo, que é de multiplataforma – pra TV, celular, internet… Na página do Usoc (aqui), a espertise falou mais alto: o comitê colocou dezenas de depoimentos da “família olímpica”, em favor do novo canal. Federações de esportes com pouco espaço na TV são os que mais comemoram.

Finança do COI
Receita 2004 2008
Direitos de transmissão $1.49 billion $1.73 billion
Marketing $292 million $436 million
Outros $18 million $234 million
Total de receita $1.8 billion $2.4 billion
Gastos 2004 2008
Total de doações $1.5 billion $1.77 billion
Games-related expenses $68 million $86 million
Salários $45 million $55 million
Outros $13 million $109 million
Total de gastos $1.6 billion $2.02 billion
Receita menos gastos $228 million $383 million
Source: IOC tax records and combined financial reports

Toda tensão de volta à mesa

O site da revista Time levanta uma questão importante sobre o embate entre o Comitê Olímpico dos Estados Unidos (Usoc) e o COI, em relação aos direitos de TV. Em reportagem disponibilizada hoje (aqui, em inglês), a revistona norte-americana sugere um único caminho conciliador para a entidade menor, ainda apostando no favoritismo de Chicago, na disputa pelos Jogos de 2016.

É lendo a Time que ficamos com os pés mais fincados, a respeito das possibilidades brasileiras, nessa disputa.  Hoje, o Rio pode ter uma pequena vantagem mas, se quiserem, os americanos viram o jogo, no momento que quiserem, se considerarmos os prognósticos da revista.

A Time traça um perfil curioso do COI, dizendo que seus membros são isolados . Mas sabem da força econômica que faz brilhar os olhos desses mesmos cartolas. A escolha pela sede olímpica tem viés financeiro e, mesmo com todo o esforço (e gasto promocional) do Rio, Chicago tinha mesmo a preferência da cúpula olímpica (ainda mais se vermos as declarações do dirigente da NBC americana). Até que surgiu o Usoc.

Para a Time, o Usoc precisa fazer dinheiro, neste momento, após a perda de patrocinadores importantes, como a The Home Depot, a General Motors e o Bank of America, todos atingidos pela atual crise econômica. Mas a ideia do canal por assinatura sobre esportes olímpicos é combatida, em um primeiro veículo de comunicação, por não garantir saúde financeira ao Usoc.

Muito pelo contrário, segundo a Time: o Usoc teria muito mais a ganhar com a vitória de Chicago, concluindo, em seguida, porque um canal com esse perfil, em meio a recessão, não atrairia novos assinantes. “Quem iria querer ver taekwondo ou tênis de mesa, em uma tarde de sábado?”

A Time vê também um campo de batalha para que o Usoc restabeleça sua força, junto ao COI, que pretendia cortar a faixa de lucro da entidade, na divisão dos contratos com as empresas norte-americanas. A revista até pergunta porque o comitê nacional não discutiu os planos com o COI antes do anúncio de acordo com a Comcast; ou mesmo porque o Usoc não fez o lançamento do novo canal, após a eleição de outubro. Para pressionar o COI, subentende-se.

Daí, a sensação de que um acordo entre o Usoc e o COI, às vésperas da eleição de outubro, pode fazer Rio, Tóquio e Madri subirem no telhado. O comitê americano, já se sabia de muito tempo, é a única pedra no sapato da entidade máxima (tem também a sisma de que o americano é arrogante, por excelência, o que fez Nova York perder feio, na última disputa por sede). O Usoc vem incomodando a cúpula olímpica e, como disse a Time, “toda a tensão está de volta à mesa”.

Direitos (pressão) de TV

A TV é a ponta de lança do COI, quando o assunto é negócio e tem sido uma das maiores fontes de renda da entidade, se não for a maior, observado os padrões de arrecadação das últimas três décadas. Michael Payne, que já atuou no marketing dessa organização, no momento de sua maior expansão, na virada dos anos 80 para os 90, é autor de “A Virada Olímpica” (Casa da Palavra, R$ 53,90, na FNAC) e fala da reviravolta do movimento olímpico com uma paixão indescritível. Primeiro, porque ecoa o sucesso de seu trabalho. Depois, porque leva ao conhecimento do leitor toda a sorte de gestão que resultou na imponência do COI e que tem garantido disputas acirradas de países que se pretendem sedes olímpicas. E os direitos de transmissão, segundo ele, é o viés dessa conquista.

Michael Payne endeusa o espanhol Juan Samaranch, presidente da entidade entre 1980 e 2001, e também joga confetes pra cima de Dick Pound, que presidia a comissão de Marketing e de Direitos de TV, justo o canadense (ainda membro do COI) que, vez ou outra, tem vaticinado a vitória de Chicago, para ser sede de 2016. Payne fala de como os direitos de transmissão dos Jogos saltaram para negociações de dez dígitos, para além dos dois bilhões de dólares, até. Mostra como as negociações são levadas por poucos do COI, que batem martelo sobre condições subjetivas para as escolhas das propostas.

Tanto é assim que a Rede Globo se viu surpreendida pelo contrato da Record para os direitos de transmissão de dois Jogos – de 2010 e 2012. E foi assim, nos idos dos anos 80 e 90, na extraordinária briga entre as majors americanas NBC e ABC, retratada pelo livro de Payne. Ele circulava nos bastidores e viu muitos executivos de emissoras enlouquecerem.

As propostas eram impensáveis e catapultou o marketing olímpico – embora seja difícil dizer, nesse caso, qual terá vindo antes: marketing ou demanda. Com os pagamentos de direitos nas alturas, não foi só uma vez que tais emissoras fecharam no vermelho, ainda que tenham sido prejuízos calculados, com a velha história de agregar valor. Nessa corrida, a NBC tem enfrentado a ABC, desde o episódio para se definir a transmissão dos Jogos de Seul, de 88, que custaram mais de 300 milhões à segunda.

Payne conta como, de repente, os Jogos passaram a valer bilhões para a TV e de como as transmissões consolidaram-se como chave do negócio e propulsão do movimento olímpico. A TV é parte importante do show dos Jogos e o COI, se sabe pelo livro desse marqueteiro, passou por períodos de temeridade, com os aumentos excessivos dos direitos. A entidade começou a cobrar outros compromissos das TVs, temendo quebra de contrato, por falta de capital, o que elevou a subjetividade de todo o processo de seleção. As redes passaram a participar das mudanças do organismo e supõe-se, são mesmo influentes na escolha das sedes olímpicas.

Payne também conta como foram as negociações para os Jogos de 2010 e 2012 e como o Usoc – Comitê Olímpico dos Estados Unidos – tentou atrapalhar o acordo com a NBC. Está no livro: “Depois de mais alguns ataques teatrais de raiva, os representantes do Usoc finalmente foram convencidos. Á uma e meia da madrugada, as lideranças do COI e da NBC reuniram-se novamente para uma teleconferência global, para o anúncio de que a NBC conquistara os direitos de transmissão para os Estados Unidos dos Jogos Olímpicos de 2010 e 2012 – atingindo uma série de 24 anos ininterruptos de conquista dos direitos dos Jogos de Verão”.

Payne, ainda marqueteiro do COI, dos principais participante dessas negociações, relata o momento chave que pode nos remeter as complicações atuais: “A estratégia apresentada a [Jacques] Rogge um ano antes agora produzia seus frutos. Não estávamos satisfeitos apenas por causa do imenso valor monetário envolvido. Havíamos conseguido persuadir a NBC entrar de cabeça na estratégia de marca do COI – criando uma parceria única e nova para o futuro e um outro patamar de benefícios. Sabíamos que havíamos estabelecido um novo referencial de excelência para a indústria”.

“Um tema recorrente, nas últimas décadas tem sido as tentativas constantes do Usoc de reclamar uma fatia cada vez maior dos honorários de direitos de transmissão para os Estados Unidos [que eram de 12,5%, no registro do livro]. Desde os Jogos de Inverno de 1980 em Lake Placid, o Usoc argumentava que deveria ter direito a uma fatia direta dos honorários norte-americanos, primeiro tentando persuadir o COI da legitimidade de sua reivindicação e, sempre que a tentativa falhava, esforçando-se para persuadir o Congresso norte-americano a considerar uma legislação especial para assumir o controle dos direitos de transmissão no lugar do COI.”

Os americanos sempre pagaram mais pelos jogos. No início da gestão de Samaranch, de tudo que se arrecadava com as transmissões, 85% saíam dos cofres das TVs dos EUA (correspondente a 80% da receita total). Agora, essa conta já é de 50% para Jogos de Verão e de 30% de toda receita do COI.

Enfim, tento, aqui, traçar os bastidores das negociações de contratos de TV, no COI, mas só ficará claro a importância do momento, quando lido o livro de Payne. Só de se constatar que o Usoc sempre usou tática de guerrilha contra a matriz já valeria a leitura. Sabemos, definitivamente, que a intenção de se implantar uma TV por assinatura, em confronto direto com a NBC, altera sim o curso da história.

Payne, em seu livro, cita todos os nomes que estão na mesa, neste instante:

Dick Pound que, durante a gestão de Samaranch, ficou à frente das decisões sobre os direitos de transmissão, é um defensor de Chicago. Ele tem dito que a voracidade do Usoc até é sadia. “Isso é mais exposição para o movimento olímpico. Olhando de forma prática, isso, provavelmente, destacará o valor dos direitos” (leia mais aqui, em inglês). Pound já tentou ser presidente do COI, mas perdeu a eleição de 2001 para Jacques Rogge. Sua voz tem destoado daquela do Comitê Executivo e, ao lado do Usoc, parece querer escancarar a oposição.

O atual coordenador da comissão de TV, Richard Carrión, portoriquenho, não fala a mesma língua que o seu predecessor. Foi Carrión que negociou o atual contrato da NBC e tem dado declarações pesadas contra o Usoc (como as que estão no material do The New York Times, aqui).

Dick Ebersol, dos principais executivos da NBC, é personagem do livro de Payne. Ele está a frente das negociações de mais de 20 anos dessa rede com o COI. Antes disso, foi criador do Saturday Night Live, na mesma rede. Essa figura-chave tem partido para o chingamento, no atrito com o Usoc, inconformado. Foi ele que disse (também no NYT) que Chicago perderá com essa atitude do Usoc.

Enquanto isso, no Brasil, Globo e Record se preparam para concorrer, no próximo mês, ao direto de transmitir os Jogos de 2016, com Rio na disputa. As olimpíadas de 2010 e 2012 são da Record, por 60 milhões de doláres e o Lauro Jardim, da Veja (aqui, com muitos detalhes), aposta que o próximo arremate pode sair por 100 milhões. Parece-me no curso dos anseios dos dirigentes do COI. E o Rio deslisa melhor.

A carta amarela

Lula pegou Obama de jeito (Foto: AFP)

Lula pegou Obama de jeito (Foto: AFP)

Nem precisa dizer muito da foto. Mesmo porque, os dois presidentes não falaram com a imprensa e ficou no ar só uma interjeição do presidente Obama: “Olha isso. Maravilhoso”.

O dia para Chicago não poderia ter sido pior, prevendo-se que será uma imagem que percorrerá o mundo. E, nota-se, o presente foi mesmo uma surpresa para o cerimonial do presidente americano que nem retribuiu a delicadeza, como é de costume, nessa esfera de autoridades. Foi uma grande tacada dos estrategistas do Co-Rio.

Ficou pior

De resto, o dia de Chicago piorou mesmo, com a publicação pelo Chicago Tribune de uma carta do COI, endereçada ao Comitê Olímpico dos Estados Unidos (Usoc, em inglês), com uma forte crítica dos membros da executiva do COI sobre a manobra do Usoc para criar um canal a cabo. As duas entidades trataram do assunto, na última semana, sendo que os americanos teriam quebrado um acordo. Para o COI, a ideia do canal é catastrófica. Quando se mexe no bolso da entidade máxima, as consequências podem ser terríveis. Sendo que é exatamente por isso que Chicago tinha tanta vantagem na corrido por 2016.

“O Usoc escolheu ir adiante, o que colocou a candidatura de Chicago pelos Jogos de 2016 em uma posição complicada,” diz Philip Hersh, do jornalão de Chicago. No seu blog (aqui, em inglês), ele publica a carta e o trecho do estatuto do COI em que trata a questão dos direitos de transmissão e sua comercialização (abaixo, reproduzimos a imagem do Chicago Tribune).

Em outro post (aqui), Philip Hersh enumera os problemas que o Usoc tem levado para a candidatura de Chicago. Mexer com os direitos de transmissão do COI, com a rede NBC, é mesmo o maior tiro no pé dos norte-americanos. Terão que resolver isso em curto tempo e a cúpula da candidatura já dá uma de bombeiro para apagar mais esse fogo, para além das chamas ainda acesas das contas da prefeitura que só fecharão se contribuinte pagar a conta de 2016.

A AP despachou nesta noite, mostrando que o “COI fez uma crítica severa ao Usoc, nesta quinta-feira, por ‘unilateralidade’, lançando sua própria rede de TV, advertindo que esse projeto poderia comprometer a relação com a rede olímpica NBC” (leia aqui, em inglês).

É gravíssimo, o caso. Os planos da Usoc foram apresentados ontem. A NBC tem os direitos de transmissão para o Estados Unidos, até os Jogos de 2012, em Londres, e pagou 2,2 bilhões de dólares pelo pacote, que inclui Vancouver 2010. A grande rede também tinha espectativa de levar o pacote que inclui Sochi 2014 e os Jogos de 2016.

A seguir, a carta:

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Nunca antes

Presidente Lula presenteia os líderes do G-5 (que tem Índia, México, África do Sul e China - com 6 votos no COI, ao todo) com a camisa da Seleção Brasileira, durante reunião em L'Aquila (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Presidente Lula presenteia os líderes do G-5 (que tem Índia, México, África do Sul e China - com 6 votos no COI, ao todo) com a camisa da Seleção Brasileira, durante reunião em L'Aquila (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Lula, em sua peregrinação pelo mundo, muito motivado pelas estratégias do Co-Rio, com espaço na agenda para chamar a atenção da mídia e dos votantes do COI, concedeu hoje, na Itália, mais uma das várias coletivas e exclusivas para falar do Rio 2016.

Essa parece ter sido a mais concorrida das coletivas, com presença do L’Equipe, AFP, EFE, AP, La Tribune e Press Association.

As perguntas são melhores que as respostas, que se repetem com as viagens seguidas do presidente. Na primeira delas, um repórter, não identificado pela degravação da Presidência, posiciona o Rio como favorita, após uma primeira etapa como azarão. Senão, vejamos:

Pergunta: Eu encontrei com o senhor em Beijing. Estava correndo por fora a candidatura do Rio de Janeiro. Hoje está entre os favoritos. O que pensa o senhor disso? Como o Rio de Janeiro passou de ser considerado…

Lula responde de forma protocolar.

Pergunta: O senhor tem que fazer um grande investimento em infraestrutura. Qual seria o montante a ser aplicado em infraestrutura? Qual é o orçamento? Onde seriam…

Lula apontou o PAC, sem a informação em mãos sobre números do projeto Rio 2016. Desconversa.

Pergunta: Então, esses novos investimentos… Qual é o orçamento que está previsto exclusivamente para as Olimpíadas no Rio de Janeiro?

Aqui, dá pra publicar a maluca resposta do presidente: Nós fizemos uma proposta de realizar os Jogos Olímpicos. Cada prefeito está apresentando tentando provar… O prefeito, o governador estão apresentando as propostas, e nós vamos trabalhar, enquanto governo federal, como apoio ao estado do Rio de Janeiro e à cidade do Rio de Janeiro.

Pergunta: Todo mundo conhece o amor do Brasil pelo futebol. O que o Brasil quer mostrar ao mundo do esporte nas Olimpíadas?

Lula tem comparado a campanha do Rio com as de Pequim e Sidney. Ele entende que as duas olimpíadas quebraram a rotina dos processos eletivos do COI.

Pergunta: Em comparação com as campanhas políticas… Como o senhor compara uma campanha política à campanha para o Rio de Janeiro? Quais são as diferenças, quais são as semelhanças (incompreensível)?

Lula tem dito que a primeira fase da eleição de outubro é o ponto-chave para o Rio. O presidente não vê muita semelhança. Não se pode falar mal dos concorrentes, e são poucos os votantes.

Pergunta: Qual vai ser o peso de Chicago, com Obama?

Resposta do presidente: Eu penso que o Obama deve estar fazendo o que eu estou fazendo, acho que o Zapatero está fazendo o que eu estou fazendo, e acho que o primeiro-ministro japonês está fazendo o que eu estou fazendo (incompreensível) ou seja… Eu, agora, vou encontrar com eles em Roma e vou pedir para eles o segundo voto. Vamos fazer uma troca: eles me dão o primeiro voto e eu dou o segundo para eles.

Pergunta: O que o senhor espera como retorno econômico, caso o Brasil… o que o senhor espera como retorno econômico das Olimpíadas e quanto o Brasil já gastou para organizar a Copa do Mundo?

Eis a resposta completa: Eu não sei quanto o Brasil já gastou porque essa é uma tarefa das organizações esportivas. (incompreensível) o representante do COI no Brasil. Eu, na verdade, não espero que uma Olimpíada venha a dar lucro a um país. O que eu acho, concretamente, é que todos os países que realizaram as Olimpíadas tiveram uma transformação extraordinária. Eu conheço bem Barcelona, eu vi o que aconteceu em Barcelona, eu vi as Olimpíadas da China, fui visitar onde será em Londres. E é uma motivação, uma motivação não apenas para o governo, mas para a iniciativa privada, e o legado que fica para o país é muito importante, de motivação para a sociedade, de autoestima da sociedade.

Tietagem vira um bom sinal

O allAfrica.com gaba-se de ser um dos maiores portais da África, com a publicação de mais de mil notas por dia. Foi a fonte mais rica a cobrir o evento da Associação dos Comitês Olímpicos Nacionais da África (Anoca, em inglês). Daí, com tal proximidade, fica mais fácil de constatar o bom papel feito pela delegação do Rio, durante a Assembleia que cedeu espaço para as apresentações das candidatas aos Jogos de 2016.

O allAfrica.com mostrou como foi desesperador para os seguranças a aparição de Pelé, numa festa que ocorreu em Abuja, capital da Nigéria, onde ocorria o encontro de 53 países-membros da Anoca. Imagina-se que o cerimonial foi ao desespero, com a tietagem que se seguiu. Além do fato que, concluiu o portalzão, a aparição do rei só fez comprovar que a candidatura do Rio foi impulsionada. Pelé era, nesta quarta-feira, fonte da matéria mais lida do site, ainda que o assunto fosse a sua torcida pelo (ou aposta no) sucesso da África do Sul, na Copa de 2010. A seguir, trechos da nota do allAfrica.com (aqui, em inglês).

Pelé causa alvoroço em festa da Anoca

Um coquetel organizado pela Associação dos Comitês Olímpicos Nacionais da África, na segunda-feira, foi parcialmente interrompido, quando Pelé chegou ao evento.

A festa, que servia para dar as boas-vindas aos delegados que participaram da 13ª Assembléia Geral, em Abuja, ocorreu na sede do temporário secretariado.

A maioria dos delegados dos 53 países-membros jogaram os cuidados para o vento enquanto corriam para a lenda do futebol, por um aperto de mão ou por uma foto com ele.

A lenda do futebol só pode controlar o aperto de mão que deu no presidente do COI, Jacques Rogge, antes que fosse emporrado pra fora, novamente.

A reação dos delegados foi um indicador de que a presença de Pelé foi um impulso à candidatura do Rio.